Mais de uma
centena de moradores marcaram presença esta quinta-feira na manifestação
organizada pela Comissão de Utentes dos Transportes de Santo António dos
Cavaleiros e Frielas, em protesto pela melhoria do serviço prestado na
Freguesia pela empresa Barraqueiro Stº António, empresa que detém o monopólio
dos transportes nesta freguesia, há mais de 40 anos.
Os manifestantes
que se juntaram ao protesto, no dia 27 de novembro, pretendem que o Governo e a
Barraqueiro resolvam um conjunto de situações que diariamente dificultam a mobilidade
dos utentes desta freguesia.
Numa marcha
barulhenta entre o C.C.Flamingos e a rotunda de Santo António, «Por mais
transportes para o hospital» e «passe único para toda a freguesia» foram as
frases mais gritadas pelos manifestantes, que nesta quinta-feira fizeram
história ao ter realizado a primeira manifestação que teve lugar na freguesia.A Câmara de Loures também marcou presença na manifestação para mostrar solidariedade com os utentes e em «defesa dos direitos da população em termos de serviços públicos».
A manifestação
culminou com uma concentração junto á loja da Barraqueiro na freguesia, com
intervenções de Bernardino Soares, presidente da Câmara e Henriqueta Sabino da
CUTSAC/F, que avançou com as razões que levaram a que os utentes tivessem
decidido sair à rua «Lutamos pela adoção de uma única coroa para toda a
freguesia, incluindo as Torres da Bela Vista, o Hospital Beatriz Ângelo e
a Escola José Cardoso Pires, que neste momento estão numa coroa diferente com
agravamento de custos para a população que reside ou necessita de se deslocar a
estes locais.»
«A inexistência
de uma tarifa urbana, a falta de ligação ao Metro de Odivelas, a não-aceitação
do Passo Social (Intermodal), a má qualidade das viaturas, a total ausência de
informação sobre horários e tarifas, bem como o Passe Combinado e o título Pré-comprado
com as tarifas mais elevadas em comparação com todos os outros operadores da
área metropolitana de Lisboa, são alguns dos exemplos da injustiça a que estão
sujeitos os moradores desta freguesia.»
«A existência de
um Hospital na freguesia e os milhares de utentes que o utilizam, carecia de
uma atitude diferente por parte desta Empresa, criando carreiras ou alterando
trajetos que permitissem aos utentes uma melhor mobilidade. Tal não acontece.»
«Esta situação, que tem tido a anuência dos
sucessivos governos, tem que ser alterada, numa altura em que se discutem na
Área Metropolitana de Lisboa as alterações de tarifários, coroas e concessões.»
«Como não é
compreensível a atitude prepotente e discriminatória desta Empresa perante
milhares de utentes que diariamente utilizam os transportes públicos na freguesia,
e porque os vários pedidos de reunião não obtiveram qualquer tipo de resposta
por parte da Barraqueiro, hoje saímos à rua em defesa de um verdadeiro serviço
público de transportes.»
O presidente da
Câmara, Bernardino Soares, referindo-se às razões que levaram ao protesto
sublinhou: «Uma freguesia como Santo António dos Cavaleiros, onde vivem
milhares de pessoas, que está geograficamente perto de Lisboa, de Loures e de
Odivelas, não pode estar isolada por falta de transportes públicos, em muitos
horários, muitas zonas e ao fim de semana em particular. Por isso, podem contar
com a Câmara Municipal para continuar a lutar por este justo objetivo, de
termos melhores transportes públicos no concelho, mas que isso não signifique
um aumento do preço dos passes e dos bilhetes», concluiu Bernardino Soares.
Seguidamente num
ato carregado de simbolismo, a Comissão de Utentes entregou ao presidente da
Câmara o abaixo-assinado “Pelo Aumento da
Oferta de Transportes para o Hospital – Alteração do Percurso da Carreira das
Torres da Bela Vista”, que em menos de quinze dias, reuniu mais de 600
assinaturas, só de moradores das Torres da Bela Vista.
No encerramento deste protesto, já com a chuva a fustigar os manifestantes que não arredavam pé, os utentes declaram-se disponíveis para continuar a lutar por melhores transportes públicos na freguesia.
“Resistiremos. E depois deste protesto, continuaremos.”
M. Silvestre
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